Em outubro de 2018, o Instituto Escolhas lançou o estudo: “Quais os reais custos e benefícios das fontes de geração elétrica no Brasil?”, confirmando que o crescimento de fontes renováveis não aumentaria os custos ou impactaria na competitividade do setor elétrico no Brasil. Veja abaixo as conclusões e expectativas para o futuro do Brasil no âmbito das energias renováveis.
O objetivo do estudo é oferecer um conjunto sólido de informações para que a sociedade e o setor elétrico brasileiro possam enfrentar os desafios futuros da geração e segurança energética do país, bem como avaliar um cenário de maior inserção de fontes renováveis. Também foram analisadas diferentes características específicas aos serviços de geração, custos de transmissão, subsídios, incentivos e encargos setoriais para cada fonte de energia.
De acordo com a pesquisa, até 2026, o Brasil, poderá aumentar a participação de renováveis em sua matriz elétrica sem que isso acarrete em custos significativos para a operação do sistema elétrico, cumprindo assim as diretrizes do Plano Decenal de Energia 2026.
Segundo os dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), hoje, mais de 80% da eletricidade usada no Brasil é proveniente de fontes renováveis, sendo que a maior parte é hidráulica (68%). O país pode aumentar em quase 70% a participação de energia solar, biomassa e eólica em 2035. Caso isso aconteça, essas fontes de energia seriam responsáveis por 44% da matriz energética do Brasil.
A boa notícia é que para ocorrer essa mudança não é necessário afetar a competitividade e a atratividade dos megawatt-hora (MWh) dessas fontes para os consumidores. Os MWh das “novas” renováveis são muito competitivos e atrativos ao consumidor, mesmo em cenários com maior penetração no sistema, o que comprova a existência de bastante espaço para estas fontes na matriz energética no país.
O estudo mostrou também que o plano de expansão ideal para o sistema não deve necessariamente selecionar apenas a opção com o menor custo, afinal, nem todo MWh é economicamente igual. A pesquisa indicou o custo real de cada um deles para a sociedade e destacou que a melhor opção é a complementaridade entre as fontes de geração, que devem operar de forma conjunta. As “novas” fontes renováveis são as que apresentam o menor custo de investimento e operação em relação às demais. Dentre elas, a biomassa é a que possui o menor custo de infraestrutura.
Em relação a geração de energia, o estudo contabilizou o saldo líquido dos atributos de modulação, sazonalização e robustez.
- Modulação e sazonalização: correspondem a capacidade da fonte geradora de energia atender o perfil da demanda horário ao longo do mês e mensal ao longo do ano, respectivamente.
- Robustez: mensura a capacidade do gerador produzir uma reserva de energia ao sistema.
Os resultados indicam que somando todos os serviços de geração, as fontes que somam os maiores custos são as hidroelétricas de fio d’agua (UHE) e as pequenas centrais hidrelétricas (PCH). Isto acontece porque estas fontes estão sujeitas a variações climática, que provocam períodos de estiagem. Todas as outras, oferecem os serviços de geração ao sistema mais do que necessitam. Entre as renováveis, as eólicas, solares e biomassa supririam com folga a modulação e sazonalidade demandada pelas hidrelétricas. Em relação aos subsídios/incentivos e encargos setoriais, os resultados mostram que as tecnologias que apresentam a maior parcela destes fatores atrelados ao custo são as eólicas (NE e S), solares (NE e SE) e as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH – SE).
Com isso, a pesquisa concluiu a necessidade de que os estudos de planejamento e o setor elétrico incorporem os custos e benefícios econômicos das fontes de geração de energia para uma eficiente composição da matriz energética do país. Para ver esse conteúdo na Íntegra é só clicar aqui! E para mais notícias sobre o setor energético brasileiro e sobre energias renováveis, se inscreva no Blog AALOK e nos acompanhe nas redes sociais. Estamos no Facebook, Linkedin e Youtube.