IESNA TM30-15 ou CIE 224:2017. Qual a diferença?

A tecnologia de iluminação com base nos LEDs colocou em dúvida os métodos de avaliação de qualidade até então utilizados. Por essa razão, novos procedimentos estão sendo estudados e serão futuramente adotados, objetivando a correção de limitações e distorções impostas pelos métodos atuais. Confira a seguir, algumas mudanças!

O sistema usado hoje, para avaliação de cores é o CIE (Commission Internationale de L’eclairage) Color Rending Indez (CRI), conhecido no Brasil como Índice de Reprodução de Cor (ICR). Ele utiliza 15 amostras de cores, onde cada uma delas possui seu próprio valor. A média das 8 primeiras cores (R1 a R8) é considerada no cálculo do IRC, resultando em um índice normalmente identificado como Ra. Vale lembrar, que tanto o termo Ra quanto IRC são comumente utilizados para definir o mesmo conceito, porém são coisas diferentes.

As amostras de cores utilizadas pelo padrão IRC do CIE estão representadas nas figuras abaixo:

Reprodução de cor - 01

Reprodução de cor - 02

Quando especificamos somente o parâmetro Ra, não contamos o segundo conjunto de seis cores que também são importantes na avaliação da reprodução de cor. As cores R9 e R13, por exemplo, são bem difíceis para algumas fontes de luz reproduzirem com boa fidelidade. Se considerarmos uma luminária LED, cujo o valor medido de Ra é 83,4, leva-se em consideração somente a média das oito primeiras cores (R1 a R8). Agora, se fizermos a medição para a mesma luminária considerando todas as 15 amostras de cores (R1 a R15), o valor de IRC passa a ser 77, o que prova que são avaliações diferentes.

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Para tentar tornar a avaliação de cores mais criteriosa, a IESNA – Illuminating Engineering Society North America – introduziu a IES TM- 30- 15, um novo método de avaliação de cores para fontes de luz. Este procedimento usa como base a comparação de cores reproduzidas por uma determinada fonte em comparação com uma fonte padrão, sob um determinado iluminante na mesma temperatura de cor. Ele adota 99 amostras de cores estaticamente selecionadas de um grupo de mais de 100.000 espectros avaliados e medidos. Por essa razão, podemos considerar que estas 99 amostras de cores são representações das muitas possíveis cores disponíveis.

Reprodução de cor - 03

A IES TM -30-15 apresenta um método de avaliação da reprodução de cor de forma objetiva e estatística através da quantificação da fidelidade (proximidade com a referência) e outro de Gamut (aumento e diminuição da saturação) aqui representados por Rf e Rg, respectivamente. O método utiliza o padrão de cores (color space) CAM02- UCS.

Este método não indica nenhum tipo de preferência nem qualquer critério de aceitação quanto ao desempenho e aos valores obtidos. Logo, fica a critério do usuário escolher qual condição é a mais indicada para sua aplicação específica.

  • Índice de Fidelidade (Rf) – Determina a diferença entre as coordenadas de cromaticidade da fonte de luz em relação ao iluminante de referência. O Ra é também uma medida da fidelidade de cor, porém, esse índice foi criado para acabar com todas as limitações do Ra. Apesar de os dois índices usarem escalas similares, não podem ser diretamente comparados e os resultados não podem ser aplicados de um ao outro.

É importante ressaltar que a fidelidade de cor não leva em consideração a percepção humana, pois avalia a média das diferenças medidas entre a fonte de luz em teste, comparada com um padrão para cada uma das amostras de cores, quer seja Ra ou Re, oito ou quinze cores, respectivamente.

  • Índice de Gamut (Rg) – É a divisão entre as áreas dos polígonos das coordenadas a’, b’ das 99 amostras de cores no padrão CAM02-UCS da fonte de luz em teste comparado com o padrão. Na figura abaixo, temos a representação das 99 amostras divididas em 16 faixas de matiz.

A fórmula para o cálculo do Rg é a razão entre a área do polígono do Gamut da fonte de luz em teste pela área do polígono da fonte de referência multiplicado por 100. Ou seja, se o índice Rg for superior a 100, a fonte do teste tem saturação maior que a referência, e quando o índice for inferior a 100, significa que a fonte de teste é menor. Isto é facilmente identificado através da relação com a naturalidade da cor: o valor 100 indica que a fonte de teste é similar à fonte de referência e, por isso, reproduz a cor com naturalidade. A fonte de luz mais saturada do que a referência resulta em cores “artificiais”, enquanto que menos saturada resulta em cores “pálidas”.

A TM-30-15 é um procedimento adotado pela IESNA, porém, não pode ser considerado como padrão para indústria de iluminação, uma vez que a entidade responsável pela normatização de colorometria é a CIE. Além disso, não podemos afirmar também que a TM-30-15 seja a melhor forma de avaliar o comportamento de uma fonte de luz quanto à sua reprodução de cor, entretanto, podemos assegurar que é bem mais precisa do que o sistema IRC.

A CIE já está analisando outras alternativas para a avaliação da reprodução de cores, já que o método atual apresenta limitações. Duas comissões foram estabelecidas, sendo que cada uma delas será responsável pelo estudo de alternativas a serem adotadas no futuro.

A primeira comissão, TC 1-90, publicou o relatório técnico CIE 224:2017, documento que descreve um índice geral de fidelidade – Rf – muito parecido com o proposto pela IES TM-30. O método de determinação desse índice incorpora algumas modificações, dentre as quais destacamos as representações gráficas, faixas de temperatura de cor e iluminantes utilizados como padrões. Esse relatório técnico ainda não tem o caráter mandatório, pois, segundo a CIE, muitas pesquisas ainda deverão ser realizadas com o objetivo real da comprovação da efetividade desse índice.

Outra comissão instituída, a TC 1-90, tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma ou mais medidas perceptivas de qualidade de cor, além da fidelidade, porém ainda não tem nada publicado.
Com base em várias pesquisas cientificas relacionadas à cor, foi comprovado que somente a medida da fidelidade não é suficiente para determinar a qualidade de reprodução de cor, pois é evidente que existem outros fatores que influenciam na percepção humana e, portanto, outros índices devem ser identificados e utilizados em conjunto.

Escolher uma iluminação adequada para o seu ambiente de trabalho requer sempre o auxílio de bons profissionais. O índice de reprodução de cor é apenas um dos diversos critérios que precisam ser verificados e planejados para uma iluminação eficiente e sem desperdícios. A AALOK te ajuda a definir a melhor maneira de iluminar seu espaço. Faça agora um diagnóstico gratuito da sua iluminação.

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